Diversas técnicas artesanais representam a história e a cultura da região em que se firmaram. Um grande representante do artesanato alagoense é o bordado Filé. Passada de geração em geração, esta técnica permite a criação de trabalhos coloridos, inventivos e é um verdadeiro tesouro cultural. Desde 2017, a Círculo, o Sebrae e o INBORDAL (Instituto do Bordado Filé da Região das Lagoas Mundaú Manguaba) se uniram para desenvolver e implementar ações de tecnologia no processo produtivo do bordado filé, unindo inovação e tradição em um só projeto.
Parceria que rendeu frutosHá três anos, a Círculo já atuava como parceira da Inbordal, porém, juntos com o Sebrae, este trabalho pode ir mais longe. No final do mês de novembro, houve um evento técnico para celebrar as atividades e conquistas deste projeto: o Bordado Filé 2018, que contou ainda com o apoio da Prefeitura de Maceió. Entre as atividades, esteve o teste de fios, realizado até encontrar o ideal para a técnica e a rastreabilidade do produto criado com a técnica. As peças tecidas com o Filé, que é Patrimônio Cultural Imaterial de Alagoas desde 2014, terão uma etiqueta com QR Code. Ele identificará o local em que ela foi produzida, a artesã que desenvolveu o trabalho, o tempo que levou para ser feito e o tipo de fio utilizado. Isso confere ao produto a autenticidade de origem e gera um novo valor agregado. No evento de novembro, empresários, artesãos e autoridades puderam ver de perto as peças de moda e decoração que podem ser tecidas utilizando o Bordado Filé. Após uma série de testes, chegou-se a conclusão de que o Anne é o melhor fio para a técnica, embora algumas artesãs também utilizem Cléa 1000 ou Clara em seus projetos. Para trabalhos que necessitam de rigidez, as artesãs utilizam o Endurece, resina da Círculo ideal para a produção de potes, cestas, abajures e enfeites em geral. A parceria firmada entre as entidades e a Círculo possibilitou que fosse feita uma série de pesquisas, testes e estudos que garantiram o bom uso da cartela de cores, regulamentação de métodos, modos de conservação, impermeabilização e lavagem das peças. Assim, garante-se a qualidade e a origem do produto apresentado ao exigente mercado artesanal. Este esforço vai além da necessidade de preservação de uma arte tão característica. O Filé torna-se ainda mais qualificado em suas técnicas, o que resulta na valorização e reafirmação da identidade destes trabalhos, tecidos pelas talentosas mãos de artesãs alagoanas. Bordado FiléPara que se possa bordar com a técnica do Filé, é preciso, primeiramente tecer uma rede ou malha com pequenos espaçamentos. É nesta superfície tramada que as artesãs do instituto bordam. Após a escolha das cores que darão vida ao trabalho, elas preenchem a malha com uma combinação de pontos variados. “As bordadeiras associadas ao instituto seguem um padrão de qualidade que foi testado e certificado por nós. Elas apresentam peças quase simétricas, com tamanhos padronizados, e que garantem a procedência da matéria-prima”, explica Petrúcia Lopes, presidente do Instituto do Bordado Filé. O plano para 2019 é democratizar o método, para que mais pessoas tenham conheçam a riqueza dos trabalhos confeccionados com o Bordado Filé. |
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